Conhecer os melhores livros para entender a mente humana pode lhe ajudar a responder essa pergunta: o que se passa na cabeça de outra pessoa?
Não sou nenhuma das emoções do filme Divertidamente. Contudo, nessa seleção muito especial dos melhores livros para entender a mente humana, escolhi livros para todos os gostos. Só para ilustrar, tem desde aqueles quem têm interesse em se aprofundar nos campos da psicologia (mesmo sendo um iniciante!), até para quem quer descobrir a profundidade das novas leituras literárias.
Tem obras para despertar todos os sentimentos e níveis de conhecimento. Logo, você vai encontrar filosofia, literatura, psicologia e mais. Então, aproveite para encontrar o livro perfeito entre os melhores livros para entender a mente humana. Com toda a certeza eles irão te ajudar a refletir para compreender a mente humana, bem como os comportamentos tanto individuais quanto sociais das pessoas.
25 livros sobre comportamento humano
1. O Pequeno Príncipe, por Antonie de Saint-Exupéry – um clássico entre os melhores livros para entender a mente humana
De certo, um começo bem clichê, eu sei. Só que, francamente, esse livro levanta tantas questões sobre as relações humanas que, se você não sai da leitura pensando em como você se relaciona com a vida, é porque precisa lê-lo mais uma vez!
Esse clássico da literatura é sobre um piloto que cai com seu avião no deserto. Em seguida, ele conhece um garoto que diz ser o Pequeno Príncipe.
Acompanhamos a jornada do menino por diversos planetas, enquanto ele busca entender conceitos como amizade, amor, vida, morte e a dor que a aproximação entre as pessoas pode causar.
2. O Dilema do Porco-espinho: como encarar a solidão, por Leandro Karnal
Em ‘O Dilema do Ouriço’, Schopenhauer (1788-1860) conta que os ouriços sobrevivem aos hostis invernos da Polônia buscando aconchego em proximidade uns aos outros. Seus espinhos acabam machucando e eles precisam escolher entre ficar longe uns dos outros, com frio, ou suportar as dores da proximidade e se aquecer.
Nesse sentido, inspirado por essa parábola sobre comportamento humano, o historiador e filósofo Leandro Karnal referencia artistas, literatura e a própria bíblia para refletir como podemos viver melhor a solidão!
Em um mundo cada vez mais virtual e uma sociedade se recuperando de um período de isolamento social, esta obra me parece ainda mais atual agora do que quando foi publicada em 2018. Karnal diferencia solidão de solitude e apresenta com exemplos vívidos como a solidão pode ser revertida de forma positiva, e porque tentamos renegá-la.
3. Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, por Marshall Rosenberg
Rosenberg acredita que para nos comunicarmos melhor é preciso exercermos nossa empatia. Com isso, o doutor em psicologia, expõe sua metodologia que consiste em converter nosso processo usual de comunicação em uma comunicação mais profunda, que se estrutura a partir de quatro perguntas: O que eu observo? Que sentimento isso causa em mim? Qual é minha necessidade? O que eu espero que o outro faça para eu ter minha necessidade suprida?
Destrinchando cada uma dessas perguntas, o autor argumenta que seríamos melhores em nos comunicar e melhores em compreender nosso interlocutor.
Essa é uma leitura muito marcante para quem está começando a ler livros de psicologia. Na obra aprendemos a identificar padrões negativos em nós mesmos e nos outros ao tentar resolver conflitos com uma comunicação equivocada. Ademais, o autor incluí alguns exercícios para aplicar no seu dia a dia. O objetivo é entender como as dinâmicas que o autor propõe funcionam na prática!
4. Não Acredite em Tudo Que Você Sente: identifique seus esquemas emocionais e liberte-se da ansiedade e da depressão, por Robert L. Leahy
Sofrer de ansiedade ou melancolia, seja por algum distúrbio ou pelas cobranças da vida cotidiana, nos faz perder qualidade de vida e, muitas vezes, sentir que não temos rumo ou nos torna frustrados com nós mesmos. Não Acredite em Tudo Que Você Sente está entre os melhores livros sobre comportamento humano, sendo uma obra para deixar na cabeceira da cama.
Sentir raiva, dor e tristeza não é um problema, são sentimentos que merecem ser sentidos e respeitados, porém, as emoções são passageiras, e apesar de validá-las não devemos eternizá-las, segundo o autor.
O título pode parecer sensacionalista ou até supérfluo, às vezes rotulamos esse tipo de livro como “autoajuda”, justamente por ser um livro de psicologia para leigos, mas não se engane, se você é profissional, essa obra tem exercícios práticos que podem ser aplicados à clínica. O que temos em mãos é um texto científico escrito para ajudar pessoas a entender suas emoções e sentimentos.
5. O Palhaço e o Psicanalista: como escutar os outros pode transformar vidas, por Christian Dunker & Cláudio Thebas
Um daqueles ótimos livros de psicologia para iniciantes, para especialistas, para pais, para filhos, para quem convive em sociedade, para todos. A escuta é a ferramenta mais potente para a aproximação do outro, para a compreensão do outro.
Rubem Alves já dizia: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil…”
Esse diálogo não poderia encaixar melhor nesse livro bem-humorado, profundo e fluido de Christian Dunker e Cláudio Thebas, em que os autores se intercalam na escrita dos capítulos e se aprofundam na problemática da ausência da escuta e como fazer para melhorar isso. E por mais que a escuta pareça exclusivamente ligada ao outro, os autores falam sobre algo voltado para o interno, ao si mesmo, afinal, quem menos se escuta, mais precisa ser escutado.
6. Linguagem Corporal: guia prático para analisar e interpretar pessoas, por Vitor Santos
Eu já sei o que você vai falar: Mas livro de youtuber? Pode parecer que vai ser superficial, mas o conteúdo desse livro sobre comportamento humano vai te surpreender!
O autor deixa claro que ele não pretende aprofundar teoricamente no assunto, mas sim, apresentar um livro de psicologia comportamental para pessoas leigas que ensine bases de análise discursiva e neurociência com técnicas de linguagem corporal para que elas adotem de forma prática em suas vidas cotidianas.
As estratégias apresentadas no livro servem para entender mensagens subliminares de outras pessoas, ou mesmo mudar sua própria linguagem não verbal, seja aplicando na vida pessoal como na profissional. Não é todo dia que temos um perito forense e judicial certificado nos ensinando o segredo de “ler” as pessoas, vale a pena aproveitar a oportunidade!
7. Serial Killers – Anatomia do Mal: entre na mente dos psicopatas, por Harold Schrechter
Mudando um pouco a vibe de aplicação para contemplação (eu avisei que essa lista era para todos os gostos!): quem nunca se perguntou como funciona a mente de um assassino em série?
Esse dossiê definitivo sobre assassinos em série, não apenas nos apresenta perfis completos, narração, análise de casos e glossário de termos técnicos, como também questiona o que leva pessoas aparentemente normais a matar. Como explicar a compulsão por matar e o prazer de causar dor, sem qualquer arrependimento? De onde vem tanta fúria?
Esse livro documentário é uma edição lindíssima da famosa Editora DarkSide (que dispensa apresentações), capa dura, com marcações internas, imagens, uma organização impecável de um conteúdo pesado e cheio de informações interessantíssimas.
8. Terapia Cognitivo-Comportamental: estratégias para lidar com ansiedade, depressão, raiva, pânico e preocupação, por Seth J. Gillihan
Seth J. Gillihan é um psicólogo Ph.D. e professor de psicologia no Departamento de Psiquiatria na Universidade da Pensilvânia, EUA. Ele é especializado em intervenções baseadas em TCC e mindfulness para ansiedade, depressão e problemas relacionados. Apesar do nome comprido, a linguagem transmitida pelo professor de psicologia é simples e de compreensão fácil.
Aplicações práticas e casos ilustrativos nos fazem refletir sobre nossos sentimentos e lidar melhor com o emocional complexo dos seres humanos. Ainda mais para quem sofre de forma crônica com algum dos transtornos mais comuns da atualidade como depressão, ansiedade, bipolaridade e síndrome do pânico, por exemplo.
Não é à toa que é um escritor best-seller! Esse livro serve tanto para você levar na sessão de terapia quanto para você estar vivenciando no seu dia a dia.
Enfim, uma obra que ajuda você e as pessoas que você ama para trazer uma oportunidade de relações mais saudáveis e melhor qualidade de vida.
9. Em Busca de Nós Mesmos, por Clóvis de Barros Filho & Pedro Calabrez
Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Perguntas que estamos cansados de ouvir, mas que também nos permitem buscar respostas sobre como funciona a mente humana e os motivos pelo qual vivemos.
Essa escrita nasce da união entre as reflexões do filósofo Clóvis de Barros Filho e do neurocientista Pedro Calabrez. Não há nada de espiritual nessa jornada de autoconhecimento proposta pelos autores.
É através de brilhantes exposições filosóficas, seguidas por um embasamento de estatísticas e resultados eles que levam o leitor a indagar sobre questões como livre-arbítrio e os processos realizados por nós, humanos, ao fazermos escolhas sobre liberdade, amor, felicidade. Nada disso surge, porém, de forma densa e pesada, é quase um diálogo entre dois amigos e nós, o leitor.
10. O Andar do Bêbado: como o acaso determina nossas vidas, por Leonard Mlodinow
Esse livro é pra quem, além de querer explorar um pouco de psicologia, se interessa também por economia. Mas mesmo pra quem acha economia um tanto chato, essa obra fala sobre comportamento humano e hábitos!
Tem uma ideia de divulgação científica para leigos, então sua escrita é deliciosamente fluida e acessível. O livro inicia com a história de um homem que ganhou na loteria ao apostar um número com o qual ele sempre sonhava.
Eu, que sei muito pouco da área da matemática, me senti completamente atraída pela forma como o autor, doutor em física pela Universidade da Califórnia, nos apresenta estatísticas de probabilidade de forma divertida e curiosa. O autor oferece ao leitor um parâmetro sobre os estudos da área e deixando ao final um entendimento totalmente novo sobre as casualidades da vida.
11. Como o Cérebro Cria: o poder da criatividade humana para transformar o mundo, por David Eagleman & Anthony Brandt
“A arte é um esforço comunitário, assim como a ciência”; de acordo com o neurocientista David Eagleman e o músico Anthony Brandt. Os dois se uniram para a escrita do livro que serviu de inspiração para o documentário da Netflix!
É através de histórias reais e exemplos já vividos pela humanidade que os autores descreveram, de forma fluida e instigante, essa obra dividida em três partes. Na primeira é apresentada nossa necessidade de criar, a forma como isso acontece e os benefícios que isso nos traz. Já na segunda parte da leitura, os autores vão um pouco além, explorando as características de uma mente criativa e como ela se desenvolve. Na terceira parte, a escrita foi dedicada às empresas e salas de aula, mostrando como estimular a criatividade nesses ambientes.
As imagens coloridas dão um charme e tornam o livro, em seu texto verbal até mesmo curto, mas esclarecedor. Uma leitura acadêmica com gostinho de “feito para todos os públicos”. É muito gratificante sentir que tudo o que um livro promete em sua contracapa atinge o leitor.
12. Fadas no Divã: a psicanálise das histórias infantis, por Diana Corso e Mário Corso
Acima de tudo, esse livro é um trabalho lindo para todos os que têm interesse em literatura infanto-juvenil e psicanálise. Inspirados pelo trabalho denso de Bruno Bettelheim, o casal Corso nos apresenta uma obra completa, instigante e deliciosa de ler mesmo para aqueles qu e têm pouco ou nenhum conhecimento no assunto.
A psicanálise está presente na lista dos melhores livros para entender a mente humana
O livro se propõe a trazer análises embasadas pela psicanálise de obras do universo das histórias infantis. A obra se dividide em duas partes. Em primeiro lugar traz os clássicos como O Patinho Feio, Chapeuzinho Vermelho, Barba Azul entre muitos outros. Em segundo lugar busca pensar sobre obras mais contemporâneas como Harry Potter, Mary Poppins entre outras.
Uma leitura estimulante para professores, pais, amantes de literatura ou quem quer uma leitura de psicologia por simples passatempo.
13. O Reizinho Autista: guia para lidar com comportamentos difíceis, por Gustavo Teixeira & Mayra Gaiato
Existem casos em que a compreensão do comportamento humano não é apenas movido pela curiosidade intrínseca do ser humano, mas sim, pela vivência pessoal.
Nesse sentido, existem poucos estudos sobre o número de autistas no Brasil. Contudo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em todo o mundo, uma em cada 160 crianças estão no espectro do autismo. Embora esse dado ainda seja incerto, pois vários países não têm dados concretos para oferecer as pesquisas. O número, entretanto, é alto e muitas pessoas não têm domínio mínimo sobre o tópico.
E é nesse contexto que ‘O Reizinho Autista’ surge com uma boa proposta para quem está perdido. Os autores dialogam com seu leitor deixando sua escrita bastante carismática e de fácil compreensão. De tal forma, que vão trazendo luz para pais, familiares, cuidadores, educadores e escolas. Afinal, esses são os grupos que convivem constantemente com crianças portadoras do transtorno do espectro autista (TEA) e, para quem cuja experiência ainda está no começo. Portanto, esse é um ótimo livro de psicologia infantil para leigos.
14. O Menino que Nunca Sorriu e Outras Histórias Reais: autismo, depressão, bullying e bipolaridade entre crianças e adolescentes, por Fábio Barbirato & Gabriela Dias
Antes de tudo, o que mais nos marca ao final desse livro é a certeza de saber que as narrações do casal Barbirato e Dias, psiquiatras infantis do Ambulatório da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, no Rio de Janeiro, são dolorosamente reais.
São trinta e duas crônicas emocionantes sobre crianças, envolvendo o medo, a angústia, a alegria e a esperança. Assim, essa é uma narrativa menos clínica e mais jornalística. Dessa maneira, os relatos dos médicos se mesclam ao de familiares e pacientes, que irão despedaçar seu coração em alguns momentos e deixá-lo quentinho em outros.
Não é uma leitura para quem quer termos técnicos e diagnósticos. Por outro lado, é uma obra para quem quer compreender a mente humana. Nesse meio tempo, perceber as vivências e o emocional de crianças e das famílias angustiadas por problemas com os quais não conseguem lidar.
15. O Estranho Caso do Cachorro Morto, por Mark Haddon
O que não pode faltar em uma lista sobre os melhores livros para entender a mente humana é a literatura! E essa não é uma obra literária qualquer. O Estranho Caso do Cachorro Morto foi escrito por Mark Haddon que, inspirado por crianças portadoras de transtorno do espectro autista (TEA) com as quais trabalhou, quis escrever algo especial. Como resultado, saiu uma narrativa em primeira pessoa de Christopher John Francis Boone, um menino com 15 anos e síndrome de Asperger.
O livro surpreende em sua intensidade e capacidade de nos permitir “vestir” todos os ângulos da vida da personagem, tendo uma ironia deliciosa, momentos angustiantes e tirando quem não pertence a essa realidade de sua zona de conforto.
Em primeiro lugar, alguns momentos da leitura podem até mesmo ser incômodos. Seja como for, receio que seja uma forma do autor nos mostrar como ainda, ou não entendemos, ou não estamos preparados para lidar com crianças e adolescentes como o Chris. Sem dúvida, é uma leitura profunda e empática, que ficará para sempre no coração de quem a experimentou.
16. Eu, Robô, por Isaac Asimov
É provável que você conheça esse título pelo famoso filme do Will Smith. No filme, o detetive Del Spooner investiga uma possível revolução de androides com Inteligência Artificial. O livro, entretanto, tem uma estrutura diferente.
Um livro de nove contos interligados que contém os relatos de Susan Calvin. A personagem é uma ex-psicóloga roboticista da United States Robots, a maior indústria de robôs existentes nesse universo futurista. Por conseguinte, cada conto apresenta problemas com as Inteligências Artificiais que começam a apresentar falhas, Porém, independente de quais sejam os defeitos, suas programações são contempladas com as essenciais “Três Leis da Robótica”.
Ficção entre os melhores livros para entender a mente humana
De tal sorte que a linha tênue entre robôs e seres humanos é apresentada com simetria e precisão por meio de elementos como religião, sociedade, conhecimento e soberania. Se bem que sejam temas humanos, o autor usa os mesmos para temperar cada um dos casos em que a psicóloga, Susan, trabalhou durante essa ficção. Ademais, para quem nunca leu ficção científica esse também é um ótimo livro de entrada!
17. Atlas de Nuvens, por David Mitchell
Outra obra literária que não poderia faltar em uma lista de melhores livros para entender a mente humana, já que é um romance tocante e inteligente sobre escolhas morais.
Composta por seis histórias relacionadas em tempos e lugares diferentes, Atlas de Nuvens vai desde um retrato do período da escravidão até um cenário futurista. Crônicas sobre a mente humana, o que as histórias têm em comum é tão importante quanto o que as torna diferentes.
Uma narrativa certeira em um dos romances mais cultuados da atualidade. Uma obra que abrirá sua mente enquanto explora o quão egocêntricas e maldosas as pessoas podem ser, mas também suas potencialidades de serem boas. Por certo que não é um livro feito para você ler em uma tarde, no entanto, é uma obra escrita para nunca mais ser esquecida!
18. A Revolução dos Bichos, por George Orwell
Orwell pode ser um autor com muitos conceitos políticos difíceis de compreender em suas obras. Por isso, trago para essa lista uma leitura essencial dele que, apesar de bem mais fácil, não nos deixa sair sem marcas.
Uma alegoria simples, mas profunda, que demonstra entre outros temas a corrupção pelo poder. Por analogia, trata do totalitarismo, sistemas de controle e trabalho forçado, condução das massas, eliminação do contraditório, o papel do comunicador e seu convencimento, castas sociais, ausência de pensamento crítico, fake news, disputa de interesses, privilégios, etc.
Em resumo, trata-se de uma fábula atemporal, escrita para refletir sobre o comportamento humano em sociedade.
19. Homo Deus, por Yuval Noah Harari
Esse é um livro sensacional que nos traz uma nova visão sobre questões intrínsecas à humanidade. Em suma, a obra aborda temas como a busca incessante pela felicidade e pela imortalidade — e como a ciência e a tecnologia impactam isso.
A escrita do autor, o historiador Yuval Noah Harari, apresenta a história humana de uma maneira que condiz exatamente com o que ela é: um quebra cabeça entre passado e presente para a reflexão do futuro.
Em síntese, encaixando peças Harari tenta nos pintar um futuro, que vou logo te adiantando, apesar de grandioso, é um tanto assustador. Ou seja, um livro que você termina sentindo o cérebro se expandir!
20. Guardei no Armário: trajetórias, vivências e a luta por respeito à diversidade racial, social, sexual e de gênero, por Samuel Gomes
Acredito ser trabalho das narrativas, especialmente as escritas, nos permitir uma micro e limitada experiência de empatia. Se essa lista foi pensada com o própósito de ajudar a entender a mente humana, nada melhor do que a narrativa de alguém que achou voz para expressar mais da sua realidade.
A emoção está presente nos melhores livros para entender a mente humana
É um livro que vai te fazer se emocionar enquanto conta a história de um menino negro, nascido na periferia, num contexto evangélico, descobrindo-se gay. Dessa forma, com sua vivência pessoal, Samuel Gomes retrata a história e a dor de toda uma comunidade. Nesse ínterim, aborda de maneira crua não só o racismo, mas também a homofobia.
Além disso, o autor traz as vozes de outras pessoas da comunidade LGBTQ, buscando pluralidade quanto a entender como, apesar de coisas comuns, a experiência da autoanálise e da descoberta é singular. Uma obra feita com o fim de fazer rir, chorar, e, principalmente, terminar a leitura com muito mais empatia!
21. Não Sou Uma Só: diário de uma bipolar, por Marina W.
Esse não é o primeiro livro de relato dessa lista, simplesmente por relatos pessoais serem capazes de nos marcar profundamente. O texto que a escritora e jornalista, Marina, nos apresenta neste livro não é diferente. Nele, acompanhamos os altos e baixos na vida dos que sofrem de transtorno bipolar. Com efeito, uma doença geralmente não assumida por quem a tem e incompreendida por quem não a conhece de perto.
Surpreende-me a organização das narrativas desse livro, cada história — cheias de humor e carisma, mas também sincera e, muitas vezes, dolorida — tem uma ligação com o transtorno bipolar da protagonista e o leitor encontra isso como um quebra cabeça.
O livro captura ao ajudar o leitor a compreender a condição de bipolaridade de forma mais técnica do que eu esperava quando conheci o livro. Portanto, a obra trata com atenção da banalização do diagnóstico.
Como resultado, ao final da leitura você não se sente mal, mas dá uma vontade de abraçar não apenas a autora, mas também todos aqueles que passam por coisas parecidas com o que ela passa. Mais uma excelente obra que faz parte da lista dos melhores livros para entender a mente humana.
22. Garotas & Sexo, por Orenstein Peggy
Peggy Orenstein é jornalista, escritora e autora de best-sellers como Cinderela comeu minha filha. Desse modo, o livro Garotas & Sexo traz uma reportagem organizada e baseada em entrevistas com cerca de cem jovens estadunidenses sobre a sua relação com o gênero e a sexualidade. Assim sendo, variando entre as localidades, as classes sociais, a orientação sexual e as etnias, ela conversou abertamente com cada uma sobre sexualidade, cultura e relações amorosas.
Peggy utiliza o conhecimento e os dados sobre a história social dos EUA, e busca olhar para o passado das políticas públicas e de educação. Todavia, analisa as consequências dessas políticas no comportamento dos jovens de hoje para responder a diversas perguntas.
Por que as garotas permanecem sendo um grupo extremamente vulnerável à violência sexual? O que nossa cultura hipersexualizada e pornôficada está ensinando aos jovens e adolescentes sobre sexualidade?
23. As Cinco Linguagens do Amor, por Gary Chapman
Já dizia a banda O Teatro Mágico “os dispostos se atraem”, porém, apenas amar não é o suficiente. Admito que tive resistências sobre esse livro. Nesse sentido, seu título soa como uma autoajuda escrita por um coach, porém, ao dar a chance fui surpreendida!
Chapman, além de formação religiosa, também tem formação em Filosofia, Antropologia e Artes e, apesar do livro parecer ser voltado a casais, esse “manual” para entender a mente e o comportamento humano tem aplicação em todos os tipos de relacionamentos.
Com uma linguagem pessoal de relatos, o autor apresenta diversos casos que nos ajudam a sintetizar as cinco formas que o ser humano tem para demonstrar afeto. São elas: palavras de afirmação, tempo de qualidade, presentes, atos de serviço e toque físico. Em virtude de as pessoas terem linguagens diferentes para o amor, podem surgir os clássicos problemas de comunicação.
24. Ética do amor livre: guia prático para poliamor, relacionamentos abertos e outras liberdades afetivas, por Janet W. Hardy & Dossie Easton
É um livro que, apesar do título parecer recortar seu público, é válido para todos, pois, mesmo para pessoas monogâmicas existe uma clara proposta de levantar reflexões sobre comunicação e entendimento de si mesmo e do outro.
Muito mais um livro sobre possibilidades de se relacionar de forma mais aberta, menos ciumenta, as autoras nos propõe, primeiramente, buscar ética em nossa vida afetiva.
Ainda que seja um texto bastante introdutório, as autoras têm uma linguagem muito afetiva e amorosa com a diversidade. Nesse meio tempo, a obra busca, assim, empoderar escolhas pessoais. Um título que possui suas potencialidades muito claras, e tem o mérito para constar entre os melhores livros para entender a mente humana.
25. Novas Formas de Amar, por Regina Navarro Lins
A autora, uma psicóloga carioca, nos apresenta uma historicidade das relações afetivas em um livro de ampla bibliografia. Ao mesmo tempo, busca entender porque projetamos tanto enquanto buscamos um “companheiro ideal”.
Nas próprias palavras da autora “O amor é uma construção social; cada cultura o vive de uma forma. O do tipo romântico tem como características básicas ser calcado na idealização, atribuindo ao outro características que ele não possui”.
Uma leitura para se fazer de mente e coração abertos para aprender com os relatos e entrevistas de pacientes. De fato, esses relatos ajudam a autora a embasar sua pesquisa aos diversos aspectos que envolvem as formas atuais de se relacionar amorosa e sexualmente.
Conclusão sobre os melhores livros para entender a mente humana
É provável que se possa aprender muito sobre a humanidade na literatura, história, psicologia, filosofia, religião. Além disso, cada livro nos aproxima da compreensão de quem somos, fomos e seremos.
Por isso, essa lista dos melhores livros para entender a mente humana poderia ser do tamanho da maior biblioteca do mundo. Entretanto, acho que consegui trazer um pouco para cada tipo de leitor.
E você? Tem alguma dica de livro que deveria entrar nesta lista dos melhores livros para entender a mente humana? Se acaso tiver, conta pra gente nos comentários!
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